quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Exorcista

Hoje resolvi rever um dos maiores clássicos do cinema de terror: O EXORCISTA.
No último natal ganhei do meu marido uma caixinha com 2 blu-rays e uma espécie de livrinho especial com textos, curiosidades e fotos do filme. Resolvi ver a versão do diretor que é a estendida. (O outro blu-ray tem a versão original). Apesar de o natal já ter passado faz tempo, ainda não tinha visto o meu presente completamente. Coloquei só um pedacinho no dia 25/12 mesmo, deixei só um pouquinho pra ver a qualidade da imagem... (nem todo mundo por lá gosta de filme de terror, e não quis acabar com a festa da família só porque eu adoro!!!)
O fato é que decidi revê-lo hoje. (Na verdade isso faz parte de um plano meu de rever alguns clássicos).


Bom, se você gosta de filmes de terror e ainda não viu o Exorcista, pode ter certeza que você não é um FÃ de verdade do gênero! E a única coisa que pode fazer para resolver esse "pecado" é sair da frente do computador nesse instante, correr a uma videolocadora e pegar o filme pra ver. Agora!!! rs

O Exorcista foi lançado em 1973 e, desde lá, vem trazendo muito medo pra plateias do mundo todo.
Além de ser considerado um dos filmes mais assustadores de todos os tempos, a obra de William Friedkin foi o único filme de terror (até agora) a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme (bom, não estou considerando "Cisne Negro", um dos indicados desse ano, como filme de terror).

No filme, vemos três histórias se cruzarem. O primeiro personagem que nos é apresentado é o padre Merrin (Max von Sydow). Ele está no Oriente fazendo escavações. Sabemos que ele já está velho e com a saúde debilitada, mas permanece com suas pesquisas. No meio de uma escavação encontra uma pequena escultura de um demônio. Temos os indícios de que ele já conheceu o demônio! E, portanto, irá reencontrá-lo.
Também somos apresentados à atriz Chris MacNeil (Ellen Burstyn) e sua adorável filha Regan (Linda Blair). Elas vivem em uma confortável casa com dois empregados. Chris é separada do marido e a menina de 12 anos, aparentemente lida bem com isso. É uma garota normal, doce, bonita e que gosta de fazer arte (nossa... é incrível como eles mostram arte nesse filme - tanto na metalinguagem, por mostrar um filme sendo rodado, como em tantos quadros de importantes artistas, e obras pela casa de Chris e Regan).
Outra história é a do padre Damien Karras (Jason Miller), que questiona sua fé, se deve mesmo continuar sendo padre e sofre com o fato de ter deixado sua mãe sozinha para ir ao seminário. O pior é que ele não tem tempo para cuidar dela, já que ela insiste em ficar na sua casa em Nova York, e ele trabalho e mora em Washington. Para completar (e reduzir a história) ela morre e ele fica se sentindo super culpado por não estar lá com ela.
A menina Regan começa a ser atormentada por alguma coisa. A mãe preocupada procura ajuda de médicos. Eles acham que ela sofre de algum problema grave no cérebro, mas os exames mostram que está tudo bem com ela. O problema pode ser psicológico, mas também todas as tentativas de resolvê-lo são frustradas. A doce garotinha fica irreconhecível - não só fisicamente. Fala e age de modo absurdamente estranho. E tudo fica fora de controle.
Depois de muitas tentativas na área médicas, os próprios médicos falam à Chris para procurar um padre. Não havia mais o que eles pudessem fazer, e quem sabe isso poderia ajudar. Apesar de não ser crente, está tão desesperada que aceita a sujestão.
É ai que as três histórias se cruzam.
E a partir dai começa o exorcismo.



Esse é um filme que não tem muito sangue, nem muitas coisas nojentas (bom, tem a gosma verde que Regan vomita... mas nem é TÃO nojento assim!). Apesar de usar recursos simples (para os dias de hoje), consegue nos deixar tensos. A trilha sonora e a fotografia são poderosos aliados do diretor. O clima gélido das cenas do quarto de Regan (conseguidos graças à super baixa temperatura do local) tornam as coisas ainda mais mórbidas.

Filmes que tem o demônio como vilão, geralmente assustam mais facilmente que outros (se bem que eu particularmente tenho mais medo de psicopatas).  O demônio assusta aqueles que acreditam nele (ou em Deus! Afinal... se Deus existe, o demônio também existe). O que deixa tudo ainda mais assustador são os relatos de pessoas que dizem já ter vivido coisas parecidas. Eu, confesso, sou meio descrente. Tenho formação cristã católica, mais não acredito exatamente nessas coisas. Enfim, não posso dizer que não acredito em Deus ou no Diabo, só não sei se ele se manifestaria dessa maneira.



Bom, sobre a manifestação do demônio em Regan, em certo momento do filme, o padre Karras pergunta "por que essa menina?". Uns podem entender que o demônio pode se manifestar em qualquer pessoa e, portanto, todos somos vulneráveis (e, em se tratando de demônio, não há o que fazer... se ele quiser te possuir, ele conseguirá! rs). E isso é assustador. O demônio pode estar ai, do seu lado, esperando você se distrair pra te possuir! Isso faz as pessoas mais medrosas ficarem de cabelo em pé! Pensam: "podia ser eu!" ou pior: "isso pode acontecer comigo também!" Mas também podemos analisar a escolha do demônio (pela Regan) de uma forma crítica. Ou seja, o demônio entra no corpo de uma menina filha de uma mulher separada e atriz. Isso pode ser uma ideia do "politicamente correto", da moral cristã. Chris Macneil diz não ter nenhuma crença! Oh, uma pecadora! E também é pecadora por não ter mantido seu casamento (afinal, para a igreja católica, o casamento deve durar até a morte - e o marido dela não está morto, mora na Europa). E pecadora por ser atriz! Uma profissão que, por mais que hoje em dia seja tão desejada, nos anos setenta (época do filme) ainda não era exatamente vista com bons olhos. Sendo assim, podemos ver "O Exorcista" como uma crítica moralista aos "pecadores"! Ou seja, temos que ser bons e viver dentro da moral! Assim não seremos atacados pelo demônio!
O Padre Karras, que questiona sua fé e consegue fazer com que o demônio saia do corpo de Regan não tem um final exatamente feliz! (mas não vou contar aqui qual é, apesar de ter quase certeza que todo mundo já viu o filme).
O padre Merrin fala pro padre Karras não ouvir o demônio porque ele mente e fala coisas para nos destruir. Não é à toa que Karras vê e ouve sua mãe. Ele sente culpa. Esse é seu pecado. A mãe vê a filha fazer coisas estranhas, entre elas, uma masturbação com um crucifixo (uma das cenas mais fortes do filme na minha opinião). O sexo pode ser seu pecado. Ela é separada e atriz. Ela não fica horrorizada quando o médico conta que a menina falou pra ele "tirar os dedos da sua boceta"... ela ri.
Eu moro do lado de uma igreja evangélica e, toda semana eles fazem cultos pra exorcizar o demônio! Gritam pra ele sair! Mas o pastor chama de demônio várias coisas (a doença, a dívida, o medo e as drogas, por exemplo).
Mesmo com essas críticas todas (que eu realmente acho que fazem sentido), continuo louvando esse filme! Afinal, é uma história cristã... São os cristãos que acreditam nesse tipo de ritual. Para um cristão o demônio existe e é ele o responsável por todas as coisas ruins do mundo (é fácil botar a culpa em algo que não somos nós, não é mesmo!?)

Sou formada em artes cênicas (sou atriz... tenho até drt! hehehe) e sei muito bem que mesmo hoje, com tanta gente que quer ser ator / atriz, há preconceito de que todo ator é gay e toda atriz é puta. Imagina nos anos 70! Até hoje quando vemos padres bebendo cerveja, whisky... achamos estranho (e até errado). Imagina nos anos 70!

Apesar de ser uma história de demônio, de exorcismo... consegue assustar até mesmo os ateus. E ai, muitas vezes eu penso: será que realmente os ateus existem? Será que numa situação dessa mesmo um ateu procuraria ajuda de um padre ou pastor? Eu, não sei se isso pode acontecer... mas duvidar, não duvido! Afinal, não faz nenhum sentido um ateu ter medo de filme de terror com demônios ou coisas do gênero!

Bom, é difícil escrever sobre uma obra tão boa como essa. O importante é deixar aqui minha admiração por esse trabalho!


2 comentários:

Anônimo disse...

gosto muito desse filme,é mto assustador já assisti quase todo,nao deu para assistir mais pois todos aqui em casa nao gostam do filme e acham diabólico.rsrsrs

Anônimo disse...

A trilha sonora desse filme é realmente fantástica. Do álbum 'Tubular Bells' de Mike Oldfield, trata-se de um ábum progressivo com apena duas músicas, ouço todos os dias hehehe.